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O anúncio da morte

 

De um beijo roubado e muito aguardado nasce a triste sina dela.

Alegre, viva e com a alma repleta de esperança no futuro. Sente chegada a hora do fado prometido e almejado de amor, companheirismo e dedicação. Tem o coração completo e a alma afortunada e com ele segue sua jornada, sustentada na crença da boa ventura, sem muito se questionar se assim será ou não.

Mas o despeito fica à espreita e surge sem contar. Desaparecem os dias de alegria e com sabor a amarga magia, desavenças e descrenças acordam sem enganar. Mas aos olhos dela a enganam, porque não entende a mudança e mantém-se na esperança de assim não ser e de estar a mal interpretar.

E enquanto lhe dá a vida desmedida em escusas…a desculpa cresce e a começa a atormentar. E desse tormento se alimenta dia-a-dia sem parar. E assim definha a sua alma. Onde a alegria de outrora é agora uma tristeza assombrosa e que por momentos pensa não aguentar.

Desesperada, vai buscar sustento à dependência assoberbada, como escrava avassalada que vive apenas pelo sangue que ainda corre nas veias, de um corpo maltratado, curtido de dor e numa alma povoada de angústia e crente de culpa irreflectida,  sem memórias de amor.  

Porquanto, não há corpo que resista, nem alma que lhe assista a esta sina aguentar.

E quando uma ínfima revolta tumultua e a vontade voluntária aparece, na senda desta sina fugir, o medo a abalroa, delatando a liberdade, rompendo a possibilidade de voltar a viver.

E vezes sem conta essa revolta voltou, e tantas outras passou…carimbando o corpo e a alma como um passaporte viajado de máculas timbrado, até ao dia em que um deles a libertou.

07/03/2019

Sou mulher, mas hoje não é o meu dia especial

E não é, porque todos os dias posso orgulhosamente dizer que sou mulher!

É nesta condição que manifesto a minha opinião…as minhas ideias certamente ainda procuram um grandioso lugar, mas…a seu jeito sabem estar, bem próximas do patamar, onde sempre os homens puderam interpretar, os seus vigorosos papéis. Interpretações agora conjuntas que clamam o aplauso. O aplauso que nós podemos dar!

Mas este aplauso não é universal, apenas algumas nações o proclamam, por isso se diz internacional. Pois para aquelas bravas, a quem lhes é tolhida a sua opinião, sem saberem porque razão, ainda vivem a desventura desta condição.

É por elas que este DIA existe! Para que todas nós, lhes possamos dar voz. A voz que lhes é calada, a vontade manipulada e os direitos do Ser ceifados!

E mesmo neste mundo que já aplaude, as interpretações conjuntas, ainda há quem não vislumbre a verdadeira condição de ser mulher! É também por essas Mulheres que ainda não o são, que lhes devemos dedicar este dia fundamental! Como clara lembrança de cada diferença que lhes fazem sentir, da memória de todas as que não se fizeram ouvir! Sim…é para estas Mulheres!  

Para nós, que estamos deste lado do mundo onde há aplausos, este dia, de uma forma ou de outra será ditoso, mas para elas…este dia nem sequer existe, será um dia reprimido como tantos outros…um dia triste!

08/03/2016

Não invento as palavras...apenas as aconchego à minha maneira!

 

 

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